“Pronomes neutros” e suas problemáticas

Nos últimos tempos tem sido levantado debates acerca de uma nova linguagem neutra, movida principalmente pela comunidade LGBTQIA+. Das discursões abordadas entre os linguistas estão dificuldades de comunicação em meio as pessoas com deficiências auditivas, mas também indivíduos com dificuldades de aprendizado como dislexia. Outro ponto questionado é a mudança forçada na língua tanto em termos gramaticais quanto linguísticos.

A priori, a utilização de pronomes neutros deveria incluir mais grupos sociais, mas na pratica acaba sendo diferente. Pesquisas mostraram que deficientes auditivos e pessoas com dificuldades de aprendizagem apresentaram problemas de adaptação que prejudicaria mais o ensino na rede pública, que já é precário no Brasil. Outro fator é o índice de analfabetismo que é aproximadamente 11 milhões de indivíduos que não sabem ler e escrever, aponta Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A inserção dessa linguagem embaraçaria mais ainda o compreendimento dessa população no cotidiano, tendo em vista que seria uma mudança drástica, tornando-se uma medida exclusiva ao invés de inclusiva.

Além disso, a língua de uma nação se altera de modo natural, lento e constante. Mudanças essas quê, levaram séculos e décadas para ocorrer – tanto na gramática, quanto na linguística. Por exemplo a expressão “vossa mercê” que posteriormente se tornou “vosmecê” em seguida, “vancê” e por fim “você” – mudanças que ocorreram a partir do século XV, demostrando essa alteração gradual. Já a linguagem neutra propõe uma  modificação abrupta no idioma que levou anos de evolução, ocasionando mutações em diversos âmbitos da sociedade, como leis, sistemas de ensino, comunicação e interações sociais.

Afim de solucionar essa problemática, poderia utilizar esses pronomes de tratamentos mais direcionados aos indivíduos que se sentem excluídos dentro desse contexto, como maneira sensata de convívio social. Dessa forma não afetaria as diversas estruturas já formada da sociedade em termos de jurisprudência, ensino e comunicação social, mantendo preservado todo esforço histórico e sociocultural da língua.


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